A Morte não escolhe

Lá fora o vento soprava violentamente, como se quisesse derrotar por submissão o nosso helicóptero. Por baixo de nós o mar estava forte, cavado, com uma ondulação cruel. Tudo a norte do Tejo fazia lembrar Inverno. E estávamos em Julho.  

Ao nosso lado, a pouco mais de quarenta pés, estava um pesqueiro que teimava em não parar quieto. Nós os cinco estávamos ali para retirar e transportar daquela casca de noz alguém que precisava de ajuda urgente. A operação poderia resumir-se de forma simples: iríamos colocar um homem (por sinal, nosso amigo e camarada) num espaço aproximado de um metro quadrado, num pesqueiro que não parava quieto, com ondulação de cinco metros, através de um cabo de aço ligado à nossa máquina que, por provável solidariedade ou mera teimosia também não parava quieta. E assim o fizemos. 

Foto: André Garcez (c) 

Foto: André Garcez (c) 

Servi sob o comando de um Comandante de Esquadra que nos dizia algo do género: 

Quando a morte chega, ela não escolhe postos, não escolhes amizades, não escolhe géneros.

Aquela mensagem teve um forte impacto em mim e na maneira como voava. Significava simplesmente que, dentro daquele helicóptero, todos nós, desde o Piloto Comandante, ao Co-Piloto, ao Operador de Sistemas, passando pelo Recuperador Salvador e Enfermeiro, somos uma equipa. E como tal devemos trabalhar em perfeita sintonia num ambiente de respeito mútuo e total confiança. A missão por si só já era exigente e complexa, portanto era quase que obrigatório que todos estivéssemos na mesma página. Caso contrário, quando a coisa corresse mal, não havia posto ou amizade que se salvasse. Rodas no ar e todos os nossos problemas, pessoais ou não, ficavam em terra. O foco teria de ser só um. E lá dentro todos tínhamos de nos dar bem. 

Na aviação existe um conceito chamado de “Crew Resource Management” (CRM) que, muito resumidamente, defende que uma tripulação deve trabalhar em conjunto, inquirindo-se quando há dúvidas, e sem qualquer receio ou imposição de autoridade por de quem dela a usufrui. Sem medo de represálias entre eles. Um Co-Piloto não deverá ter medo de dizer a um Comandante que está errado e vice-versa. Chamem-lhe honestidade profissional. 

E aquela frase continua a ser uma das melhores referências a CRM que conheço.

Foi para mim um orgulho ter trabalhado em Esquadras de Voo onde em cada voo a confiança no Homem ao nosso lado era total. Quando tive a sorte de ganhar o meu Comando lembro-me claramente de voar em missões reais e sentir uma calma ímpar fruto da confiança plena em toda aquela malta, “presa” comigo naquele pedaço de alumínio e metal compósito. Quando alguém dizia algo sabia que o dizia sem qualquer tipo de restrição ou problema. Aliás, fazia-me mais confusão como é que eles tinham confiança em mim, um puto de 26 anos aos comandos!
Essa confiança, esse CRM, fazia com que fosse possível colocar um dos nossos homens naquele metro quadrado no convés daquele pesqueiro. 

A confiança, o respeito, o saber ouvir e a humildade de reconhecer o erro próprio, são a base de qualquer boa tripulação. De qualquer bom CRM. De qualquer bom aviador e arrisco-me a dizer, de qualquer boa pessoa. 

Se não for assim é bom que nos lembremos todos daquela frase. 

Quando a morte chega, ela não escolhe postos, não escolhe amizades, não escolhe géneros.

E ela anda sempre à espreita. 

Dez

Dez. São dez. 

Dez filhos que voltam a casa. 

Dez mães que respiram fundo. 

Dez ave-marias. 

Dez apelos que foram ouvidos.

Dez cervejas. 

Quais cervejas. Dez bagaços. 

Dez “fodass” de alívio.

Dez abraços. 

Dez beijos. Vinte beijos. Vinte mil milhões de beijos. 

Dez vidas mais preciosas que estatuetas de ouro.

Dez “obrigado”.

Dez almas. 

Dez. 

São dez homens que hoje vivem graças a um punhado de outros tantos. 

Foto: Igor Ramalho  

Foto: Igor Ramalho  

Esquadras 751 e 502, Força Aérea Portuguesa. Enormes. 

Mais uma vez.  

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Existem dias bons

A vida operacional de um piloto militar não tem falta de aventura. Muito menos numa Esquadra de busca de salvamento. As missões reais são frequentes. As missão tácticas são uma emoção. As missões de treino são sempre – sempre! – diferentes. 

Difícil de superar. Mas às vezes acontece. Foi o caso do voo que fiz com o Ricardo. 

Foto: Força Aérea Portuguesa (c) Todos os direitos reservados

Foto: Força Aérea Portuguesa (c) Todos os direitos reservados

O Ricardo tem quase a minha idade. De facto podia ser eu. O nome até é o mesmo. Mas um dia a vida pregou-lhe uma partida: sofreu um acidente de viação grave que o deixou paraplégico. Para sempre dependente de uma fria e impessoal cadeira de rodas. No dia do seu acidente foi evacuado de helicóptero para a unidade hospitalar mais conveniente, e, provavelmente, deve a sua vida a esse voo. A sua mãe, ciente disso, contactou a Força Aérea inquirindo se seria possível o seu filho fazer um voo, talvez voltar a sentir aquela sensação de liberdade que a vida injustamente lhe roubou.  

A Força Aérea Portuguesa tem muitas maneiras de deixar um tipo fulo. Frustrado. Fora de si com a pesada máquina burocrática que por vezes existe. Mas também nos é capaz de encher de orgulho como instituição. E este foi um dos casos. A Força Aérea disse que sim.

E tenho o Ricardo à minha frente. 

Falamos todos. Eu, ele, a mãe e toda a tripulação. Aprendemos um pouco sobre a sua vida e sua luta herculeana. Quem me dera a mim ter um décimo da coragem e força de vontade que o Ricardo tem. Qual um décimo! Quem me ter um centésimo da sua força de viver!

É apresentado um pequeno briefing com a história da Esquadra e procedimentos de segurança. Discutimos um pouco sobre voo. Aproveitando um voo de treino regular da Esquadra, iremos levar o Ricardo por algumas manobras de contacto à vertical da Base Aérea do Montijo. Voo baixo, voltas apertadas, rotações, um pouco de “táctico” enfim... tudo aquilo que um helicóptero pode fazer e que é invejado por todas as outras máquinas voadoras. E sempre de porta aberta. Sempre. Para sentir o vento como só os pássaros sentem. O pináculo da sensação de voar. 

E assim foi. Descolamos e iniciamos o nosso perfil. Sempre com o cuidado de saber se o Ricardo está a gostar. Após o voo convivemos no bar da Esquadra. A nossa “toca” que tem mais história – e estórias! – naquelas paredes que todos os livros de Saramago e Lobo Antunes juntos. 

Aquele foi um dia especial. Não só porque o Ricardo voou connosco. Mas porque tive a honra de, naquele voo, fazer a minha milionésima hora de voo em helicópteros. Mil horas porra! As primeira mil. Não me consigo lembrar de um melhor voo para celebrar este marco. Até tenho uma pequena garrafa de champanhe, oferecida por um bom amigo, religiosamente guardada no meu gabinete para celebrar este facto. 

Ele há dias de merda. Dias em que um gajo vai para casa farto. Saturado. Cansado. Em que qualquer contacto humano é como enfrentar a inquisição espanhola. Mas ele há dias bons. 

E este é um dia bom. 

O Ricardo pode ir para casa com um sorriso nos lábios. Eu também. Mas o meu? O meu é bem maior…

Obrigado Ricardo. 

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Merlin por uma última vez

O último voo numa aeronave é sempre marcante. Se esse voo for igualmente o último numa esquadra passa a memorável. Se for, também, o último numa instituição torna-se inesquecível. 

Comigo não seria diferente. EH-101. Esquadra 751. Força Aérea Portuguesa. 

A juntar a isso tudo, se alguém registar esse momento de forma fantástica, melhor ainda! 

Todos os direitos reservados a (c) Luís Maia.

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Estou sim? Feliz Natal!

O telefone toca persistente e imune ao dia sinistro que reina lá fora. “Porra”, penso, “se fosse o alerta ligavam-me para o telemóvel, não?”. Activar o alerta por linha fixa é pouco comum fora de horas, especialmente em dias como este: feriado.

“Estou sim?” 

(c) Paul Wex

(c) Paul Wex

Durante a minha passagem pela Força Aérea Portuguesa, e enquanto operacional, passei apenas um Natal completo em casa. E passei-o, provavelmente, porque coincidiu com a minha mudança de frota, do Alouette 3 para o EH-101 “Merlin”. Ano interessante esse. Bacalhau, azeite e manuais de voo na mesa. 

Enquanto estive colocado na base aérea de Beja, por mera casualidade, azar ou outra qualquer razão que me é alheia, fiquei sempre escalado no período natalício. Já na Esquadra 751, fruto do pequeno grupo que éramos e do enorme empenho operacional que tínhamos, o Natal ou Ano novo “calhava a todos”.  Três destacamentos permanentes, quatro tripulações de alerta. Ninguém escapava.  

E foi num desses alertas, dia 24 de Dezembro, que o telefone toca naquele final de tarde fria na Base Aérea do Montijo. 

Do outro lado uma voz cansada, mas firme, testemunha provavelmente de uma longa vida: “Boa noite caro Tenente, gostaria de lhe desejar um Feliz Natal a si e à sua tripulação”

É das coisas que mais me arrependo, mas devo confessar que não me recordo do nome, do posto, ou das datas em que serviu. Do outro lado da linha encontrava-se um ex-militar que naquela Esquadra tinha servido. Fazia anos. Décadas. E, vim a saber mais tarde, que todos os anos ligava pessoalmente para a Esquadra para desejar um feliz Natal a todos os que estivessem de alerta naquele dia. Todo o santo ano.  

Décadas separavam-nos. A mim e a ele. Mas a camaradagem, o espírito de corpo, esse, pelos vistos, mantinham-se inalterado. 

Nos diversos Natais em que passei a trabalhar na Esquadra 751 sempre recebi aquela chamada. E ela produzia em mim sempre o mesmo efeito: enchia-me de orgulho. De felicidade. Felicidade em ver que ali estava alguém que - como eu - se sentiu marcado por aquela casa e que fazia questão de ligar, de perder um pouco do tempo do seu Natal, para desejar Boas Festas aos seus camaradas que não podiam estar em casa, com a família. Uma atitude que, confesso, nunca vi reproduzida pela cadeia de comando a nível superior, fora das esquadras de voo..

Algo tão simples, tão inócuo, tão vulgar mas que naquele instante, naquele dia, fazia todo o sentido no Universo. 

A melhor prenda de Natal que alguém de alerta, longe de casa, poderia receber. 

Onde quer que ele esteja agora... Feliz Natal camarada. 

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Dia da criança

Sou um tipo novo. Vá. Semi-novo. E às vezes apercebo-me que já tenho umas quantas “estórias” no baú. E daquelas de que quando me lembro me evoca um sorriso de orelha a orelha. Aturai-me.:

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01 de Junho, dia da criança estávamos em 2011.

Era mais uma daquelas noites de alerta nos Açores em que só pensamos para nós mesmos: “hoje espero não voar”. E claro, o telefone toca.

Fato de voo, botas, água pela cara abaixo, tudo em menos de vinte segundos. Descolamos logo que possível. A missão: um recém-nascido, de sete meses, em estado grave para ser transportado do Faial para Ponta Delgada. Pelo meio iríamos aterrar no heliporto de Angra do Heroísmo para recolher uma incubadora essencial para a sobrevivência do nosso mais pequeno companheiro.
Tempo? Típico dos Açores. Tectos baixos, ventos fortes, chove, não chove, chove, não chove. Radar sempre ligado. Aterramos em Angra do Heroísmo recolhemos a incubadora e a equipa médica. Seguimos para o Faial e por lá ficamos cerca de uma hora, à espera que estabilizem a criança. Descolamos em direção a Ponta Delgada – mais tempo horrível – onde deixamos finalmente o pequeno e a mãe. Regressamos às Lajes com o sol a nascer e com uma camada de nuvens simplesmente fantástica por debaixo de nós. Uma daquelas noites em que os astros se alinharam e o efeito das luzes do helicóptero nos cristais de água fazia as nuvens, ali aos nossos pés, brilhar com as cores do arco-íris. Isto numa noite escura como breu. Foi a noite inteira a voar. Mas nenhum de nós tinha sono. Nenhum de nós estava cansado. Estávamos apenas… com um orgulhoso sorriso.


Orgulho-me de viver numa época, numa sociedade, num país, em que numa noite, em 3 pedaços de terra diferentes perdidos no meio do oceano atlântico dezenas de pessoas se juntaram para ajudar aquela criança. Todos acordaram de madrugada e trabalharam em conjunto – Tripulação do helicóptero, Controladores Aéreos, Médicos, Enfermeiros, Bombeiros, Pessoal do Aeroporto, Combustível, Condutores, pessoal dos hospitais, pessoal de serviço da proteção civil – para que aquele bebé frágil sobrevivesse. Infelizmente, não me lembro do nome dele.

Nunca mais encarei o dia da criança da mesma maneira. Foi, para mim, o dia em que dezenas de estranhos, incógnitos, se juntaram para ajudar um pequeno compatriota a viver mais um dia, mais uma semana, meses, anos… E é essa a memória que vai comigo. Para sempre.


Quem sabe, talvez um dia ele leia este texto.

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Rays of Hope

"Fodass, mas quem é este gajo?" Se há algo que uma tripulação tem de sobra quando está destacada nos Açores são tempos mortos. Pacientemente a aguardar que o telefone toque com notícias de um qualquer naufrágio. E portanto ali estava eu, sentado, no clube de oficiais, a explorar vídeos no Vimeo, quando me cruzei com um nome que nunca mais esqueceria: Paul Wex.

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Vídeo atrás de vídeo devorei-os a todos. Headsets na cabeça, o mundo que me rodeava era-me indiferente. Passava-me, literalmente, ao lado. "Este gajo é um génio". E é quando se dá aquele  momento "Eureka" (eu também os tenho, quem diria!). "E se este tipo produzisse um filme sobre a Esquadra?" 

"Ele nunca vai aceitar". "É difícil". "É estrangeiro". "Um gajo tão bom nunca virá, e certamente nunca a custo zero". Todos estes pensamentos me amaldiçoaram o julgamento. Mas se há algo que aprendi com os meus ingénuos dezassete anos e saídas nocturnas foi "que o não é garantido o sim é bem vindo".

Ali, naquele momento, escrevi-lhe um e-mail. Peguei no telefone e liguei a um pobre Major oficial de relações públicas a explicar-lhe a ideia (digo pobre porque para me aturar ele tinha - e tem! - uma paciência do outro mundo. De espírito era exactamente o oposto: dos melhores, mais fantásticos e pró-activos militares com quem tive o prazer de me cruzar). 

E o homem sonha. E a obra nasce. 

Paul Wegschaider. Austríaco de Graz, a segunda maior cidade daquela nação. E-mail após e-mail, chamada após chamada, foi combinada e coordenada a vinda do próprio. Uma semana com a Esquadra 751, a voar e a conviver connosco. E a filmar. Por vezes de uma forma que nos punha a pensar: "Mas que é que este gajo está a filmar daquela maneira?". Mas é essa a marca dos gajos bons. Eu, parte integrante da classe dos gajos normais, não entendia ao princípio. Quando vi o resultado final não evitei uma gargalhada de felicidade pura. 

Orgulho-me de ter servido naquela esquadra numa altura em que ela se viu munida de uma quantidade de indivíduos excepcionais. Não só como pilotos, recuperadores-salvadores, operadores de sistemas ou mecânicos. Mas como profissionais e pessoas que queriam fazer mais, criar, andar para a frente. Muitas vezes contra a infernal máquina burocráticas das grandes instituições. E isso respirava-se no ar. Sentia-se. Foi, sem dúvida, uma "época de ouro". E eu tinha naquele gabinete de relações públicas da Esquadra 751 dois dos mais fantásticos oficiais com quem trabalhei na Força Aérea. Na altura Tenentes, agora Capitães. E que ainda hoje lá estão. Umas máquinas. E sem eles este pequeno pedaço de gelado santini cinéfilo também não seria possível. 

Mas chega de conversa fiada. Disso estão vocês fartos.

Vale sempre a pena relembrar o que é bom. E este filme é muito bom. Senhores e senhoras, do génio de  Paul Wegschaider, Rays of Hope


Quando a coragem se senta ao nosso lado

“Foi o dia mais feliz da minha vida”. Uma frase que todos nós dizemos com a leviandade típica do momento presente. Mas às vezes é muito mais profundo do que isso.

Foto: Menso Van Westrhenen (todos os direitos reservados)

Foto: Menso Van Westrhenen (todos os direitos reservados)

Cruzei-me ao longo da vida, como todos nós, com pessoas que são para nós exemplos… e outras que representam exactamente o contrário.Há os indivíduos que nos fazem pensar “eu quero ser como este tipo um dia” e aqueles que nos fazem perder a fé na raça humana. Mas são raros os casos de genuína admiração. Especialmente se tivermos a falar de um grupo inteiro de rapaziada.

Nos últimos anos ganhei a mais profunda admiração e respeito por um desses grupos. Chamam-se Recuperadores Salvadores.

Homens como eu, tu ou você que, do nada, se penduram num cabo de aço, deixando a segurança de um helicóptero perfeitamente voável, para retirar das garras da morte alguém que não conhecem. Homens que descem para vagas de 10 metros, para navios que teimam em não ficar quietos, para escarpas maiores que o maior prédio existente em Portugal sem nunca hesitar. Sem nunca dizer “não”. Sem nunca por em causa que aquela vida, lá em baixo, é sagrada, e que para salvá-la vale a pena por em risco a sua própria. Literalmente, a vida presa por um cabo.

Dentro de um helicóptero de busca e salvamento a coordenação, o trabalho de equipa, o profissionalismo e a calma de todos é essencial. A missão só é cumprida, aquele filho, pai ou irmão de alguém só chegará a casa se todos trabalharem em conjunto na mais suave das harmonias. É, e tem de ser, a mais perfeita equipa, composta por pilotos, operadores de sistemas, recuperadores e enfermeiros. Mas a Coragem destes Homens (recuperadores) nunca deixou de me surpreender. É merecedora do meu mais profundo respeito. Daquele que vem de dentro.

Um dia, numa reportagem para uma das televisões nacionais, a jornalista perguntou a um ex-recuperador salvador como é que ele se sentia no dia em que resgatou vários náufragos de um navio que afundou ao largo da costa portuguesa e que lhe tinha valido lesões que o deixaram paraplégico para todo o sempre. Agarrado e submisso a uma cadeira de rodas. Ao que ele respondeu, com a típica bravura que os caracteriza “foi o dia mais feliz da minha vida”.

“Porra” pensei “que orgulho em saber que ainda existem Homens destes”.