Japão: a surpresa do sol nascente

Tóquio surpreende. O Japão surpreende. Os japoneses surpreendem.

“A sério?” pensava eu enquanto olhava a carruagem de metro à minha volta. “Podia comer o meu pequeno almoço directamente do chão”.
Nunca vi cidade tão limpa na minha vida. A carruagem do metro brilha, de fazer inveja a qualquer anúncio de CIF. A estação igual. As ruas, idem idem aspas aspas. 
“O que é que se passa com esta cidade”? 
É mais limpa que uma fábrica de satélites. 

Mas se fosse só a limpeza... Não é. 

A comida... para lá do muito bom em qualquer restaurante que tenha parado. Parece que há um Jamie Oliver a cada esquina. 

A eficiência... isso da malta nórdica ser o supra-sumo é, lá está, mito. Qualquer japonês deixa cinco dinamarqueses no canto do ringue. Sem misericórdia. Sem quartel.

 


A surpresa do português. Nos multibanco, por exemplo, só existem duas traduções para línguas ocidentais: o inglês e o... português. “Puta que pariu”! Luxo!

E claro. A simpatia e o respeito. De outro mundo. Não há uma pessoa que não ajude, que não seja prestável, que não trate todos à sua volta com respeito. Mesmo que não fale inglês. E que perceba que viver em sociedade é isso mesmo: em “sociedade”. Juntos para o bem comum. Parte de uma equipa. 
E tanto que nós podíamos aprender com eles. Se em Hong Kong e em Macau um taxista nem do táxi sai para ajudar a por as malas no porta bagagens, em Tóquio quase que ficam ofendidos se não forem eles a fazê-lo. 

Há quem se meta a aprender alemão. Mandarim. Até russo. Esqueçam. Aprendam japonês.

Que sítio maravilhoso. Até os corvos posam para as fotos.